Compota sim, rabanada não
Ou a "saudável" ditadura sanitária que os políticos nos querem impor
Joana Amaral Dias
Diário de Notícias • 25 Dezembro 2022, às 09:32
O problema não é o que se come entre o Natal e o Ano Novo, mas o que se come entre o Ano Novo e o Natal. Desconheço o autor desta frase, mas como todas as boas fórmulas, encerra humor e sabedoria. Duas coisas inexistentes lá para os lados da DGS. Entre outros graves défices.
É evidente que a altura é de abundância, excesso, deleite. Tudo é demais, tudo se junta e multiplica, celebra e comemora, entre queridos familiares e bons amigos. A ideia de privação, contenção ou, quiçá, até jejum, defendida pela dita Direcção-Geral da Saúde é uma das coisas mais néscias a que temos assistido lá para os lados da Alameda… embora, entre a insana gestão da covid e as recomendadas compotas do Dr. Portugal, haja também muita fartura.
Reparem que a tonta da DGS dá conselhos como “começar por um pequeno almoço equilibrado, deixando de lado os doces”. A infantilização que faz dos portugueses é, de facto, néscia. “As refeições de Natal deverão ser iniciadas com uma sopa.”. Medo. “Também o pão fresco deverá estar na mesa”. Credo. Enfim, se o ridículo pagasse imposto, a inefável Drª Graça Freitas estaria em execução fiscal. Como se não bastasse, a DGS, imbuída dessa magna missão de proteger a Saúde Pública, também está preocupada com as vestimentas recomendando “proteger as extremidades do corpo”.
Já no Verão, a DGS alimentava o mito de que faz mal tomar banho depois de comer (qualquer dia também diz que mulheres menstruadas não devem bater ovos), enquanto exigia aos portugueses que não adoecessem em Agosto. Daí em diante, se já ninguém no seu perfeito juízo queria passar mal, agora, perante o SNS-calamidade, não pode ficar mesmo doente de Setembro a Julho. Enfim, a ridicularia é extensa.
“As refeições de Natal deverão ser iniciadas com uma sopa.”. Medo. “Também o pão fresco deverá estar na mesa”. Credo. Enfim, se o ridículo pagasse imposto, a inefável Drª Graça Freitas estaria em execução fiscal.
Mas convém lembrar que são exactamente estas craveiras iluminadas, estas excelsas massas cinzentas que, ao longo destes três anos, ditaram a mais violenta, extensa e inédita experiência social, em grande medida inconstitucional como, entretanto, o respectivo Tribunal já decretou dezenas de vezes, incluindo barbaridades como o isolamento profilático, confinamentos, encerramento de comércio e outros bens e serviços (inclusivamente públicos). Perante um vírus respiratório, mandaram as pessoas trancarem-se em casa em vez de apanharem sol e fazerem exercício físico, etc. Também agora, falharam rotundamente com a inoculação covid em crianças, admitindo miocardites, mas alegando que são raras (raros ou inexistentes são os casos graves em miúdos).
Pois. Observando tudo isto, a DGS e toda a sua equipa já deveria ter sido demitida por ser patética, ineficiente e perigosa. Acontece que o projecto de revisão constitucional de Costa tem o sentido inverso, pretendendo dar-lhe mais poderes. Procurando driblar com batota as tais resmas de inconstitucionalidades, o PM quer que qualquer pessoa suspeita de qualquer doença infecciosa possa ser detida sem ordem judicial. E a mando de quem? Dos cérebros compotas, dos axónios de não entrar na água depois de comer sandes, das sinapses que vetaram surf e rabanadas natalícias. Daí vem agora esta tirania de nos privar do direito mais inalienável de todos: a Liberdade. Realmente, ou não seguiram as suas próprias recomendações e abusaram das substâncias alcoólicas ou estamos mesmo mediante o dealbar da civilização. Razão extra para mais uma azevia e mais um copo neste fim de festa. À vossa.
Psicóloga clínica.
Escreve de acordo com a antiga ortografia
RABANADAS!?
NÃO!!!
FIM