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Geopolítica e Política

Lusa - Lusística - Mundial

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Os tempos estão a mudar

15.02.25 | Álvaro Aragão Athayde

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Bob Dylan - The Times They Are A-Changin' (Official Audio) & Bob Dylan - The Times They Are A-Changin' (Official Lyrics)

 

 

 

O primeiro presidente do século XXI


Trump não mudou o mundo. Está apenas a tentar adequar o poder dos EUA a um mundo que já mudou há algum tempo. O problema não é, como muitos gostariam de acreditar, um homem: é a história.

Por Rui Ramos no Observador às 00:22 de 14 de Fevereiro de 2015 

Primeiro, estranha-se, depois, entranha-se. Fernando Pessoa terá inventado a frase para promover uma bebida importada. Podia tê-la inventado para descrever a recepção, nos meios bem-pensantes, às declarações e decisões do presidente Trump. Primeiro, temos sempre indignações de bancada de futebol, com alguns desfalecimentos de teatro antigo. Ele quer tirar a Gronelândia à Dinamarca! Ele ameaçou o México com direitos alfandegários! Ah, a loucura. Depois, percebemos que a Dinamarca não está capaz de controlar a Gronelândia, ou vemos que o México, intimidado, se dispôs enfim a colaborar na contenção do tráfico de pessoas e drogas. E eis o que tinha sido acolhido como um capricho de Nero a ser reavaliado como o rasgo de um Bismarck.

Trump não mudou o mundo. Está apenas a tentar adequar o poder dos EUA a um mundo que já mudou há algum tempo. O problema não é, como os anti-trumpistas gostariam de acreditar, um homem: é, se quiserem chamar-lhe assim, a história. Há quem julgue que está a criticar Trump, e está apenas a criticar a mudança dos tempos.

O mundo de anteontem era melhor? Provavelmente. Mas acabou. O mundo de anteontem era o mundo da ordem mundial do pós-guerra, um mundo de leis e de organizações internacionais, em que era suposto os Estados, quando tinham queixas ou aspirações, discursarem na ONU, ou recorrerem aos tribunais internacionais. Qual o problema desse mundo? Este: assentava no poder dos EUA e da Europa. Era a projecção no planeta do Estado de direito desenvolvido nas sociedades do Ocidente. O resto do mundo sujeitou-se a essa teia jurídico-civilizacional, apenas porque não podia afrontar o Ocidente, ou porque precisava dos mercados ocidentais. Isto foi sobretudo assim após o colapso da União Soviética, em 1989-1991. No Ocidente, sabia-se que o resto do mundo era diferente, mas acreditava-se na globalização dos valores e modo de vida ocidentais. Promovendo a circulação de bens, pessoas e capitais, a China comunista acabaria por tornar-se uma nova Suécia, e o ayatollah Khamenei a versão muçulmana do Papa Francisco. A UE convenceu-se até de que podia desprezar a aliança americana e viver pacatamente de importar mão de obra do Magrebe e energia da Rússia.

Essa ilusão acabou. A globalização expandiu o consumo nos EUA e na Europa e resgatou milhões de pessoas da pobreza no resto do mundo. Mas também subverteu, através da deslocalização industrial e da imigração descontrolada, a coesão das sociedades ocidentais e confrontou o Ocidente com potências determinadas em revolucionar a ordem mundial, como a China, a Rússia ou o Irão. O Ocidente já não produz a maior parte da riqueza do mundo, como até 2005, nem as suas populações são as que mais se reproduzem, como quando colonizou as Américas. Essa ascendência era a base das regras e organizações internacionais. Era uma ordem que não traduzia a convergência definitiva do resto do mundo em relação aos valores ocidentais, mas apenas uma inibição temporária perante a força do Ocidente.

O século XXI não é o prolongamento da última década do século XX. Um sinal é a perversão das organizações internacionais, que agora, como o TPI, aplicam as suas severidades apenas às democracias do Ocidente. Aos países ocidentais, restam duas vias: ou iniciam uma guerra sem fim de liberalização do mundo, para que lhes faltam meios, ou dispõem-se a usar o poder que ainda têm para defender, sem equívocos, os valores e interesses das sociedades mais livres e prósperas que a humanidade inventou. Trump é o primeiro chefe de Estado ocidental a perceber isso. Não é garantia de que sempre acerte e de que tudo lhe correrá bem. Mas permite esperar que não cometa os mesmos erros dos seus antecessores.

 

 

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Galt MacDermot - The Flesh Failures (Let The Sunshine In) (Hair) (1979)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

FIM

 

Trust me, I’m “The Democracy” !!!

02.02.25 | De Situ Orbis

Little Britain – Head of the Snake or a Hapless Lackey?

Little Britain – Head of the Snake or a Hapless Lackey? / Hua Bin

 

In the last 3 years since the Russia special military operation started in Ukraine, little Britain seems to have a new lease on life in European politics and military posture.

It has taken an extremely hawkish stance against Russia – Boris Johnson personally sabotaged the April 2022 peace negotiation between Russia and Ukraine; it has provided the most arms aid to Ukraine of all European countries; it is the first to approve long-range strike into Russia territory; it actively talks about sending troops into the conflict.

What is going on? What is behind the belligerence of a smallish country that cannot back up its tough words with hard power?

Russia can easily wipe little Britain off the map. Why is it seemingly desperate to prod Russia to do exactly that?

A look at the country seems to indicate there can be no rational basis for such reckless agitation:

…  …  …

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END