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Geopolítica e Política

Lusa - Lusística - Mundial

Geopolítica e Política

Lusa - Lusística - Mundial

America Is a Dead Man Walking

31.10.20 | Duarte Pacheco Pereira

Stealing the Minds of America: A Must for All Truth Seekers Who Vote

 

 

America Is a Dead Man Walking
because American Youth, or Their Minds, Have Been Stolen

There is no one to ensure the country’s future

By Paul Craig Roberts on October 30, 2020

The United States is a screwed-up country. It this regard, the US has few rivals.

The legal voting age in the US is 18 years of age, which is also the age of female sexual consent and military enlistment. So at 18 years of age youth can affect the governance of the country, get legally laid, kill and die in combat, but are considered too irresponsible to imbibe alcohol and purchase a pistol from a licensed dealer until three years later at age 21.

An 18 year old can be sent off to war armed to the teeth, but cannot legally purchase a pistol in a gun store. He or she can influence how we are governed but cannot purchase a drink at a bar or restaurant.

What does an 18-year old know about politics, life, anything? Except in very rare circumstances, nothing at all.

The anti-American, anti-Western civilization (dead white men), anti-white indoctrination (systemic racism) that is the main function of an American university education is filtering down into the high schools and elementary schools. The United States is perhaps the first country to use education to destroy its own future. Most certainly, the US is the first country to make multicultural existence impossible. The Identity Politics of the liberal-progressive-left splits the country into hostile Identity Groups, some of whom have successfully cultivated victim status, which they use to oppress those without it, primarily heterosexual white males.

The anti-American, anti-white liberal-progressive-left has succeeded in brainwashing large swaths of American Youth. In America the best students for the country are no longer the A students. The best students are the C students who are turned off by the indoctrination and just want to get on with their lives.

It is the A students who are receptive to the demonization of their country and themselves. These students have been targeted by the Democrats for massive voter registration. They have been refocused on overthrowing the “orange-haired racist/misogynist” in the White House.

It is unfortunate that the future of the United States depends on brainwashed, ignorant youth full of self-assertion and confidence that they know best.

But it does. Therefore, the United States is doomed.

The Russians and Chinese are likely the future rulers, if they can free their minds from the propaganda that the United States is the Hegemonic and Indispensable Nation empowered to rule by the End of History.

Fortunately for the rest of us, both Russia and China have gone through despotic eras that, apparently, the ruling elites themselves are tired of and want no more of.

Liberation often comes, not from those who speak its langauage, but from those who have suffered its absence.

Graduates of American schools need a decade to recover from the indoctrination. I propose that the legal voting age in the US be legislated at 30 years of age. Perhaps it would be best if the voting age was 40 years of age or even 50. By then at least some people have learned lessons from life. At 18 no lessons have been learned.

To allow people judged too irresponsible to order a drink or to purchase a pistol to influence, even determine, the governance of a country is mindless.

Especially in America.

 

Stealing the Minds of America: A Must for All Truth Seekers Who Vote. Janice L. Ponds. Yorkshire Publishing. First published October 21st 2008.

America Is a Dead Man Walking because American Youth, or Their Minds, Have Been Stolen”. Paul Craig Roberts. Paul Craig Roberts’ Website. Published on October 30, 2020.

 

O Recolher Obrigatório em França

30.10.20 | Duarte Pacheco Pereira

O recolher obrigatório em França.jpg

 

Os vídeos têm legendas automáticas (em francês)
que podem ser automaticamente traduzidas para português, para inglês e para outras línguas.
A tradução automática não é boa, mas é melhor que nada.

 

Emmanuel Macron annonce un COUVRE-FEU en Île-de-France et dans 8 autres villes
14 octobre 2020

 

 

 

Covid: um recolher obrigatório para quê?

 

Os Franceses ficaram a saber com estupefacção que o seu governo considera uma medida de ordem pública, um recolher obrigatório, como sendo eficaz para prevenir uma epidemia.
Tendo toda a gente compreendido que nenhum vírus faz pausas de acordo com horários fixados por decreto e dado os muitos erros precedentes, coloca-se a questão que incomoda: “um recolher obrigatório para quê ?”

 

Thierry Meyssan
Rede Voltaire | Paris (França) | 28 de Outubro de 2020

 

 

Vários países ocidentais pensam estar confrontados com uma nova vaga epidémica de Covid-19. As populações que já sofreram muito, não com a doença, mas com as medidas tomadas para as proteger, aceitam com dificuldade novas medidas de ordem pública por motivos de saúde. É, pois, a ocasião para analisarmos os comportamentos.

Os governantes sabem que terão de prestar contas pelo que fizeram e pelo que não fizeram. Face à doença e ainda mais face a esta pressão, foram forçados a agir. Como é que imaginaram a sua estratégia?

Para a elaborar, apoiaram-se no aconselhamento de especialistas (médicos, biólogos e estatísticos). À partida, estes separaram-se por disciplinas e opuseram-se entre si de tal forma que os governantes apenas puderam continuar com alguns deles. Mas com que critérios os escolheram?

 

Muitas incertezas

Enquanto as opiniões públicas são persuadidas de que 

  • o vírus se transmite por gotículas respiratórias; 
  • as contaminações podem ser contidas pelo uso de máscaras cirúrgicas e a manutenção de uma distância de pelo menos um metro com os interlocutores; 
  • é possível discernir as pessoas sãs das doentes com recurso a testes PCR; 

os especialistas são muito menos conclusivos. Alguns afirmam, pelo contrário, 

  • que o vírus se transmite principalmente não através de gotículas respiratórias, mas pelo ar que se respira; 
  • que, por conseguinte, as máscaras cirúrgicas e o distanciamento social não servem para nada; 
  • que os testes PCR que são realizados não medem a mesma coisa segundo os diferentes laboratórios e que, por consequência, as estatísticas de somatório acabam por somar “alhos com bugalhos”.

Assim, apesar das mensagens tranquilizadoras das autoridades, reina a maior confusão sobre as características desta epidemia.

 

Que fazer?

O problema com que os governantes foram confrontados era novo. Nenhuma formação profissional os havia preparado para o enfrentar. Portanto, viraram-se para especialistas. Se os primeiros lhes deram conselhos claros, tudo se tornou complicado quando outros vieram contradizer estes. Ficaram desorientados.

Sendo os governantes políticos, apenas poderiam reagir em função da sua experiência política. Com a idade, aprenderam a propor sempre mais, já não 0,5% de aumento do salário-base como os seus concorrentes, mas 0,6%, mesmo que isso signifique achar uma desculpa para não ter que cumprir depois as promessas. Apanhados desprevenidos, lançaram-se pois numa escalada palpites com os seus vizinhos, tomando decisões mais drásticas umas que as outras a fim de mostrar que lhes eram superiores. Acima de tudo, mascararam a sua incompetência recorrendo a medidas autoritárias.

Se eram tecnocratas, apenas podiam reagir em função da experiência do seu corpo burocrático face a catástrofes de grande amplitude. Mas é difícil adaptar a uma crise sanitária as experiências adquiridas na luta contra inundações ou tremores de terra. Por reflexo, voltaram-se portanto para as administrações de saúde pública pré-existentes. No entanto, os políticos já haviam inventado novas estruturas duplicando as precedentes, sem especificar a repartição de competências. Em vez de unir os esforços, cada um deles tentou, pois, preservar o seu espaço.

Se os governantes tivessem sido escolhidos em função da sua autoridade, quer dizer, ao mesmo tempo pela sua firmeza e pela sua preocupação com os outros, eles teriam abordado o problema em função da sua cultura geral.

Em tal caso, saberiam que os vírus precisam das pessoas que infectam para viver. Por mais mortal que fosse o Covid-19, nas primeiras semanas da sua erupção não iria matar a humanidade, antes iria adaptar-se aos homens. Daí que a sua letalidade cairia rapidamente e não haveria jamais pico epidémico. A ideia de uma «segunda vaga» iria parecer-lhes altamente improvável. Nunca, desde que se conseguiu distinguir os vírus das bactérias, se observou qualquer doença viral com várias vagas.

Os surtos aos quais se assiste hoje em dia, nos Estados Unidos por exemplo, não são pequenas vagas suplementares, antes marcam a chegada do vírus a novas populações às quais ainda não se adaptou. O somatório nacional do número de doentes mascara a distribuição geográfica e social.

Além disso, ignorando como o vírus se transmite, os governantes imaginariam que o faria como todas as outras doenças respiratórias virais: não por gotículas respiratórias, mas, sim pelo ar que se respira. Da mesma forma, deveriam saber que em todas as epidemias virais, a maioria das mortes não é imputável ao vírus em si mesmo, mas às doenças oportunistas que ocorrem nesta ocasião. Por conseguinte, decidiriam recomendar a todos para arejar abundantemente os seus locais de vida e teriam tornado obrigatória essa medida nas administrações. Além disso, teriam recomendado a todos, não para desinfectar as mãos, mas sim para as lavarem o mais frequentemente possível. Teriam garantido a instalação do maior número possível de lavatórios de mãos.

Essas foram, aliás, as duas medidas principais que a OMS aconselhou no início da epidemia, antes da histeria se ter substituído à reflexão. Nada de uso de máscaras cirúrgicas, nada de desinfecção, nada de quarentena e ainda menos de confinamento de pessoas sãs.

 

A Ciência não dá respostas definitivas, 
levanta simplesmente as questões

A maneira como os cientistas foram postos em cena ilustra uma manifesta incompreensão do que é a ciência. Esta não é uma acumulação de saberes, mas um processo de conhecimento. Acabamos de constatar a quase incompatibilidade entre o espírito científico e a prática actual.

É um absurdo exigir aos cientistas, que apenas iniciaram o estudo do vírus, da sua propagação e dos danos que causa, um remédio para o que eles ainda não conhecem. E é pretensioso para os cientistas responder a tais questões.

 

Uma mudança de sociedade

Aquando da irrupção deste vírus, certas medidas tomadas podem ser explicadas por erros de apreciação. Por exemplo, o Presidente Macron iniciou a prática do confinamento generalizado porque fora intoxicado pelas estatísticas catastrofistas de Neil Ferguson (Imperial College of London) [1]. Este anunciava pelo menos 500.000 mortos. Acabaram por ser 14 vezes menos, de acordo com números oficiais, que se sabe no entanto estarem sobreavaliados. Retrospectivamente, parece que esta grave violação das liberdades não era justificada.

No entanto, a escolha do recolher obrigatório, alguns meses mais tarde, quando testemunhamos a um ligeiro surto de óbitos, é incompreensível nos estados democráticos: todos puderam observar que esta doença era muito menos letal do que se temia e que o seu período mais perigoso acabou. Nenhum dado actual permite justificar tal violação das liberdades.

O Presidente Macron justificou pessoalmente esta medida evocando uma segunda vaga que não existe. Se ele a pôde tomar usando um argumento tão pouco convincente, quando será que poderá levantá-la?

É forçoso constatar que desta vez não se pode tratar de um erro de apreciação, mas, sim de uma política autoritária sob cobertura de crise de saúde [2].

 

NOTAS

  1. Covid-19 : Neil Ferguson, o Lyssenko liberal”, Thierry Meyssan, Tradução Alva, Rede Voltaire, 20 de Abril de 2020.
  2. O Covid-19 e a Alvorada Vermelha”, Thierry Meyssan, Tradução Alva, Rede Voltaire, 28 de Abril de 2020.

 

Autor Thierry Meyssan
Tradutor Alva (a tradução foi ligeiramente editada)

 

fim

 

 

 

Couvre-feu, par Thomas Wiesel
14 octobre 2020

 

 

 

 

FIM

The Last Days of the Trumpian Reich

29.10.20 | Duarte Pacheco Pereira

The Last Days of the Trumpian Reich.jpg

 

 

The Last Days of the Trumpian Reich

 

So, according to the corporate media, this is it for Russian-backed Hitler. Game over.
The walls are closing in. It’s the last days of the Trumpian Reich.
Get those vuvuzelas ready! 

 

CJ Hopkins


Consent Factory, Inc. • October 27, 2020 • Has comments
The Unz Review • October 27, 2020 • Has comments

 

Yes, apparently, the American people, who were all a bunch of Putin-worshipping, white-supremacist neo-Nazis when they elected Trump in 2016, have come to their senses and are going to deliver a landslide victory to “Slappy” Joe Biden and bring down the curtain on this “Age of Darkness,” or save the world from “racial Orwellianism” or the “bottomless pit of facsism,” or whatever.

White supremacy will be defeated and globalization will rise from the ashes! Decency will be restored! Love will trump hate! Black lives will matter!

Slappy and Kamala will immediately fly down and liberate the concentration camps. Trump will face some sort of Nuremberg trial, where he will have to answer for mass-murdering six million people with the Coronavirus by taking off his mask on the White House balcony.

[   …   …   …   ]

Don’t worry, though, I’ll get back on the horse when the post-election rioting begins, and Donald Trump finally goes full-Hitler, declares himself Führer, dissolves the Congress, and orders his legions of Russia-loving white supremacists to start rounding up the Jews, as the corporate media, the fake “left” media, the Intelligence Community, the Democratic Party, fascism experts, Hollywood celebrities, and every hysterical liberal in existence have been promising he would since 2016.

Seriously, if he doesn’t go full-Hitler this time, and start rounding up and mass-murdering somebody, or else order the nuking of the United States and then blow his brains out in his underground bunker, some people are going to have some explaining to do.

 

 

FIM

US Presidential Elections Forecast 2020

28.10.20 | Duarte Pacheco Pereira

Presidential Elections Forecast

First Inauguration of Donald Trump, on January 20, 2017.

 

 

Presidential Elections Forecast

 

My forecast relies on the historical data of the popular data in every state.

I can conclude that the algorithm’s forecast for 2020 that Trump will win with 78.43% probability. And the correction done increases the model accuracy to 80.39%.

 

By Engy Fouda at Medium on October 25, 2020.

 

 

Presidential Elections Forecast - 2 [700 × 500]

Engy Fouda's forecast for the 2016 elections.

 

Presidential Elections Forecast - 3 [700 × 500]

The actual 2016 elections results.

 

Presidential Elections Forecast - 2 [700 × 500]

Engy Fouda's forecast for the 2016 elections.

 

Presidential Elections Forecast ~ 4 [700 × 500]

Engy Fouda's forecast for the 2020 elections.

 

 

Original and comments here.

 

 

 

FIM

 

A Queda do Modelo Ocidental

28.10.20 | Duarte Pacheco Pereira

A Queda do Modelo Ocidental [1000 × 772].jpg

A Revolução Francesa não foi desencadeada por abusos reais.
Os Franceses não pensavam derrubar a monarquia.
Foram os Parisienses,
convencidos que a capital seria atacada por exércitos estrangeiros e que o rei a não defenderia,
quem se apoderam das armas que estavam armazenadas na prisão da Bastilha.

 

 

A Queda do Modelo Ocidental

 

O Modelo Ocidental, baseado no Capitalismo e na Democracia,
já não consegue garantir nem o Interesse Geral, nem a Soberania Popular.
Ao acumular estas duas falhas,
junta os dois ingredientes para uma Revolução Generalizada.

 

Thierry Meyssan

Rede Voltaire | Paris (França) | 20 de Outubro de 2020

 

 

A Crise do Capitalismo

Historicamente, a Crise do Ocidente começou com a Crise do Capitalismo Americano, em 1929. À época, maioritariamente os livros e os jornais afirmavam que a concentração de capital esterilizava a economia ao impedir a concorrência em muitos domínios. Enquanto a fome reinava nos EUA, três modelos políticos eram propostos pela imprensa da época para sair deste impasse económico:

  • O Leninismo com a nacionalização de todos os bens de produção, com o risco de liquidar toda a iniciativa individual;
  • O Fascismo do antigo representante de Lenine em Itália, Benito Mussolini, o qual previa não lutar contra a concentração do capital, mas antes organizá-lo no seio de corporações, com o risco de fazer perder aos assalariados qualquer possibilidade de resistir aos empregadores que abusassem ;
  • O Progressismo de Franklin Roosevelt, para o qual a tecnologia devia relançar a economia e trazer a solução, ao mesmo tempo que se restabeleceria a concorrência desmantelando as grandes sociedades (segundo a doutrina de Simon Patten).

Foi Lenine, ele próprio, quem constatou o falhanço da sua teoria económica no período da guerra civil. Ele liberalizou então o comércio externo e autorizou mesmo algumas empresas privadas na União Soviética (a Nova Política Económica - NEP). O Fascismo só pode desenvolver-se pelo preço de uma terrível repressão. Ele acabou varrido pela Segunda Guerra Mundial. O Progressismo permaneceu a regra certa até aos anos 80 quando foi contestado pela Desregulamentação de Ronald Reagan e de Margaret Thatcher.

Este quarto modelo é agora também posto em causa pela Destruição das Classes Médias provocada pela Globalização. O Presidente Bush Sr. acreditou que com o desaparecimento da URSS, a busca de prosperidade devia substituir a rivalidade militar entre Washington e Moscovo. Ele autorizou algumas empresas dos EUA a entrar em aliança com o Partido Comunista Chinês e a deslocalizar fábricas (usinas-br) para a costa chinesa. Mesmo quando os trabalhadores chineses não tinham qualquer formação, sendo o custo do seu trabalho vinte vezes inferior na China ao que era nos EUA, estas empresas acumularam lucros colossais que lhes permitiram impor uma concentração em certos sectores muito maior do que em 1929. Além disso, elas obtinham a maior parte dos seus lucros, não mais da produção de bens e serviços, mas de rendimentos sobre a sua liquidez. O Capitalismo mudou uma vez mais de natureza. Já não se tratava de ser produtivo, mas de se tornar antes financeiro.

Tendo os trabalhadores chineses sido progressivamente treinados, tornaram-se hoje em dia tão caros quanto os trabalhadores dos EUA, de tal modo que as deslocalizações afectam agora o seu próprio país em proveito do Vietname (Vietnã-br) e da Índia desta vez. Voltou-se ao ponto de partida.

As empresas dos EUA que decidiram deslocalizar os seus empregos para a China e em financiarizar as suas actividades conseguiram fundir a sua ideologia de «globalização económica» com a mundialização da utilização de novas técnicas; duas coisas sem ligação entre si. Com efeito, se as novas técnicas podem ser utilizadas em qualquer lugar do mundo, elas não o podem ser ao mesmo tempo já que requerem energia e matérias-primas.

Portanto, estas convenceram o Secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, a dividir o mundo em dois: de um lado, uma zona de consumo global, em torno dos EUA, da Rússia e da China, do outro uma zona de recursos encarregada de alimentar a primeira. O Pentágono decidiu então destruir as estruturas estatais do Médio-Oriente Alargado a fim de que as populações desta região não pudessem resistir a este projecto; o que George W. Bush chamou a «guerra sem fim». Efectivamente guerras eternas tiveram início no Afeganistão, no Iraque, na Líbia, na Síria, no Iémene, em cada momento pretensamente por razões distintas, mas sempre com os mesmos agressores, os jiadistas.

Em 2017, Donald Trump e Xi Jinping decidiram, ao mesmo tempo, lutar contra este fenómeno, o primeiro através do Nacionalismo Protecionista e o segundo do Nacionalismo Económico. No entanto, a reforma tributária proposta por Trump foi rejeitada pelo Congresso: o Border Adjustment Act previa a liberalização das exportações e tributar em 20% todas as importações. Por seu lado, Xi Jinping criou durante o XIX Congresso do PCC um órgão de controle de conformidade dos objectivos das empresas com os da Nação, a Frente Unida. Um representante do Estado foi colocado no conselho de administração de cada grande empresa.

O fracasso de Trump em fazer aprovar o seu projecto fiscal levou-o a tentar obter os mesmos benefícios declarando uma guerra de tarifas aduaneiras apenas contra a China. O PCC respondeu-lhe tentando, ao mesmo tempo, desenvolver o seu mercado interno e orientar a sua superprodução para a Europa. Esta última pagou imediatamente o preço por isso. Como sempre, quando os governantes não estão atentos à situação difícil do seu povo, o problema económico provoca uma crise política.

 

A Crise da Democracia

Contrariamente a uma ideia feita, baseada na aparência das coisas, não é a escolha de um novo regime político, mas a defesa dos interesses colectivos aquilo que desencadeia revoluções. No mundo moderno, trata-se sempre de um patriotismo. Em todos os casos, aqueles que se revoltam acreditam, erradamente ou com razão, que os seus governantes estão ao serviço dos interesses estrangeiros, que já não são aliados, mas, sim inimigos.

A Ordem Internacional que se impôs após a Segunda Guerra Mundial era suposta servir o Interesse Geral, fosse através de Uma Forma de Democracia ou de Uma Forma de Ditadura do Proletariado. No entanto, a longo prazo este sistema não podia funcionar em Estados Não-Soberanos como os da OTAN ou do Pacto de Varsóvia. De um momento para o outro, os dirigentes destes Estados foram obrigados a trair o seu povo e a servir o seu suserano, os EUA ou a URSS. Este sistema foi aceite o tempo todo durante o qual, erradamente ou com razão, todos o achavam indispensável para viver em paz. Hoje, este raciocínio já não se justifica, mas a OTAN continua a existir, agora sem legitimidade.

A OTAN, uma espécie de Legião Estrangeira dos Estados Unidos e do Reino Unido, concebeu e criou o que se tornou a União Europeia. À partida, tratava-se de ancorar o Ocidente da Europa no Campo Ocidental. Hoje em dia, através dos tratados, a União Europeia subordina a sua defesa à OTAN. Na prática, para os povos da UE, a Aliança do Atlântico Norte é o vector militar de um conjunto, no qual a UE é o vector civil. A OTAN impõe as suas normas, manda construir as infraestruturas de que tem necessidade, e faz-se financiar via instituições opacas. Tudo isso está disfarçado aos olhos dos seus habitantes a quem se explica, por exemplo, que o Parlamento Europeu vota normas, quando ele não mais faz do que ratificar os textos da OTAN apresentados pela Comissão.

Não há dúvida nenhuma que, muito embora a suportem sem pestanejar, os cidadãos não aceitam esta organização: eles não pararam de se opor à ideia de uma Constituição Europeia.

Paralelamente, o conceito de democracia foi profundamente transformado. Já não se trata mais de garantir o «poder do povo», mas de se submeter ao «estado de direito»; dois conceitos inconciliáveis. A partir de agora, magistrados decidem, em lugar do povo, que litigantes terão o direito de o representar e quais disso serão privados. Esta transferência de soberania, dos povos para os sistemas judiciais, é indispensável para manter o domínio efectivo dos Anglo-Saxões sobre os membros da UE. Daí o encarniçamento de Bruxelas em impor o «estado de direito» à Polónia e à Hungria.

 

A Revolta

A queda do nível de vida dos cidadãos comuns nos EUA sob Barack Obama suscitou a eleição de Donald Trump.

A aceleração das deslocalizações a partir da Europa, em consequência da guerra alfandegária entre os EUA e a China, provocou o movimento dos Coletes Amarelos em França.

Esta revolta popular tomou forma nas primeiras semanas deste movimento (com a reivindicação do Referendo de Iniciativa Cidadã —RIC— de Étienne Chouard). Ela inscreve-se na linha da candidatura do comediante Coluche à presidência francesa em 1981 («Tous ensemble pour leur foutre au cul», quer dizer “Todos juntos para lhes ir cu”) e as manifestações do comediante italiano Beppe Grillo em 2007 («Vaffanculo», quer dizer “Que se vão foder”). Progressivamente, a troça (zombaria-br) acompanha-se de uma raiva cada vez mais forte e mais obscena.

É preciso compreender bem que a questão da recusa do Domínio Militar dos Estados Unidos precedeu a da Globalização Económica, mas que foi esta última que iniciou a revolta. Da mesma forma, é preciso distinguir as reivindicações patrióticas dos Coletes Amarelos, com a bandeira nacional à cabeça, das dos Trotskistas que rapidamente tomaram o controle do seu movimento e o desviaram atacando os Símbolos da Nação, vandalizando o Arco do Triunfo e a estátua da Marseillaise.

Em suma, a revolta actual é, ao mesmo tempo, fruto de três quartos de século de Dominação Anglo-Saxónica sobre os membros da União Europeia e da Hiperconcentração do Capital Globalizado. Ao adicionarem-se, estas duas crises formam uma bomba-relógio que, se não for desarmada, explodirá em detrimento de todos. Esta revolta chegou agora a uma verdadeira consciência do problema, mas não tem ainda a maturidade necessária para não se deixar subverter pelos governantes europeus.

Não procurando sequer resolver os problemas que se colocam, estes esperam gozar dos seus privilégios o maior tempo possível, sem ter que assumir as suas responsabilidades. Ao fazê-lo, não têm outra escolha a não ser forçar à guerra ou arriscar serem derrubados com grande violência.

 

Autor Thierry Meyssan 
Tradutor Alva (a tradução foi ligeiramente editada) 

Original A queda do modelo Ocidental 

 

FIM